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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Maternidade impulsiona negócios: Uma engenheira química de Gramado que fornece produtos para mães e bebês em todo o País

Desde que ingressei no maravilhoso planeta maternidade descobri assuntos nunca antes imaginado e como eu, algumas mães reuniram curiosidade, disposição e criatividade para materializar algo. Seja escrever um blog ou abrir um negócio direcionado aos pequenos e às mamães. Inauguro no blog hoje, a primeira de uma série de entrevistas que pretendo fazer. Conversei, por email, com a empresária Bettina Lauterbach, proprietária da Babyslings, em Gramado (RS). A idéia de bater um papo com ela se deu porque li várias vezes referências a ela ou seus produtos em discussões de mães em listas de discussões e comunidades online. Como acredito que seus produtos destinam-se a mães que têm o ponto de vista da maternidade (e forma de criar os filhos) que de alguma forma são parecidos com os meus, resolvi conhecê-la um pouco melhor! Espero que aprecie do papo!

A engenheira química Bettina Lauterbach tem 42 anos e é mãe de duas meninas de 11 e nove anos. Formada pela UFRJ, com mestrado pela Unicamp, foram os dois rebentos sua inspiração para tornar-se empreendedora e funda, em 2004, a Babyslings (www.babyslings.com.br). A empresa fornece produtos para todo o Brasil, tem clientes na América do Sul (varejo) e conta com quatro pontos de distribuição em Portugal e Espanha. No Brasil tem parceiros em Minas Gerais, Distrito Federal e Pernambuco. “Quando me formei e fui trabalhar não gostei do que encontrei lá fora. Teoria e prática na vivência profissional são bem diferentes. Abandonei o chão de fábrica para pensar melhor na minha vida. Casei, tive duas meninas e justamente pela minha necessidade de encontrar soluções alternativas ao que o "protocolo" pregava como correto em termos de filhos (nascimento/amamentação/educação) fui descobrindo um mundo diferente, desconhecido para mim até então”.
Ela lembra que “slingar” a filha nove anos atrás era um absurdo muito maior do que ainda é hoje em dia. “A empresa surgiu disso, a maioria dos nossos produtos entraram em nosso catálogo após sugestões de mães que não encontravam o que procuravam no mercado”. Segundo Bettina, todas as funcionárias da empresa estão envolvidas de alguma forma com bebês e crianças pequenas e elas próprias utilizam os produtos em seus filhos, o que permite enxergar necessidades e oportunidades e o aprimoramento constante. As fraldas ecológicas, espécie de calça-enxuta da nova geração, absorventes ecológicos (que substituem as tradicionais fraldas de pano) e outros itens, são resultado deste diálogo com o consumidor. “Já confeccionávamos slings, que é um produto diferenciado, foi natural atrairmos pessoas com uma outra visão. Um produto deu espaço para outro”, destaca. “Sempre fiz questão, desde o início, de cuidar do atendimento ao cliente eu mesma, o que me deu espaço para escutar o que as famílias tinham a dizer”, afirma.

Conheça uma pouco mais sobre a empresária:
Você acha que a sensibilidade em relação ao Meio Ambiente tem aumentado entre as mães? Ou é um movimento isolado em que a praticidade da fralda plástica (descartável) acaba por prevalecer?
Acredito que a sensibilidade de qualquer pessoa, independentemente de ser mãe, em relação ao meio ambiente tem aumentado de forma geral, mas é diretamente confrontada com o dilema teoria x prática. As mães não são mais sensíveis à isso especificamente. A praticidade das fraldas descartáveis ainda prevalece pois o dia-a-dia nos exige muitas posturas distintas. Mas há a abertura, o que é genial.
O fato de vocês estarem instalados em Gramado (fora do eixo econômico Rio-São Paulo), impede uma expansão de maior fôlego?
De uma certa forma, sim, em termos de prazos. Tanto para receber e adquirir matérias primas quanto para enviar produtos. Todos os materiais utilizados vêm de fora, nada é comprado no mercado local, o que exige uma certa logística, uma programação mais rigorosa. Por outro lado, temos contato direto com nossas colaboradoras, moramos relativamente próximos e isso gera uma empatia maior pelo trabalho e objetivo final, o que não existiria num centro urbano de maior porte.
A utilização de slings, fraldas de pano (exclusivamente ou alternada com as descartáveis) e técnicas como banho de balde marcam uma filosofia não muito convencional de criar os filhos, não é mesmo? Acha que essa tendência irá se expandir?
Sim, proporcionalmente ao acesso à informação. Tudo isso só foi possível diante do crescimento do uso da internet. A mídia convencional não se interessa pelo "fora do padrão", mas a curiosidade ou necessidade das pessoas gera a procura de informações na net. E a descoberta destas informações leva à difusão de filosofias não muito convencionais. A mídia divulga o comportamento gerado pelo acesso à informação. Poderia ser o inverso, mas não é (risos).