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sábado, 19 de junho de 2010

Amamentação - A arte de ignorar as críticas e idéias alheias

Se tem uma coisa que eu sempre tive certeza que faria era amamentar. Inclusive foi uma tristeza profunda quando, após o parto natural (uma vitória minha e de Davi), não pude colocá-lo direto no peito. (Ele precisava estabilizar respiração e tal, não vou usar termos médicos, não é minha área). Mas enfim... A decisão que tinha feito acabara de ser dificultada por duas coisas. A primeira é a política, no meu ponto de vista equivocada, do hospital e plano de Saúde. Tudo bem, após o nascimento do Davi, às 17h20, só pude reencontrá-lo no neonatal por volta das 23h... Está certo que eu tinha que me recuperar e tal, mas não aguentava de saudades.
Ainda baqueada, para o tempo passar rápido, eu não conseguia dormir... passei umas 200 mensagens, para Deus e o Mundo, avisando que nosso pimpolho tinha chegado. Quando desci e vi aquele ser indefeso, foi uma emoção e a primeira frase que tinha dito, ainda na sala de parto, foi repetida inúmeras vezes.... “Te amo, te amo, te amo...." Só assim consegui voltar ao quarto e dormir várias horas, até pela manhã. Ok, no outro dia pude ir várias vezes ao neonatal, aberto 24h para a mãe.... podendo inclusive colocá-lo no seio (embora estivesse se alimentando com sonda)... O segundo equívoco se deu no dia seguinte, quando eu tive alta e o meu filhote não.
Toda a logística de deslocamento, mais o abalo emocional do parto e de um recém-nascido no hospital me deixaram muito estressada e só conseguia que ele pegasse no meu peito umas duas, às vezes três vezes ao dia. Enfim... no quarto dia, da noite para o dia, meu peito encheu, empedrou, ficou muito dolorido. Davi não conseguia pegá-lo chorava, ficava irritado... Enfim, os pediatras complementaram com NAN e deram alta numa terça-feira à noite... (este seria o terceiro equívoco, talvez o mais grave...podeiram ter dado alta no outro dia bem cedinho, dando um dia inteiro de adaptação à nova rotina...menos traumático para mãe e bebê).
Caraca, fiquei puta da vida! Não tenho outras palavras...eu abalada, com dores, tendo que ir para casa com um bebê indefeso... Lógico que eu, mais que ninguém, estava louca para recebê-lo em casa, mas não neste estado... Enfim, meu peito estava tão empedrado que Luciano teve que comprar NAN no meio da madrugada, para Davi se acalmar e dormir...No dia dia seguinte ele alugou uma bomba de leite... A rotina passou a ser, massagem, compressa de água fria (feitos por minha mãe), tirar leite com a bomba e depois dar de mamar... Com uma semana tudo se normalizou...
Por ignorância, e seguindo a orientação da pediatra do neonatal, dava NAN à noite, quando pensava que ele estava irritado por eu “não ter leite”. Quando fomos à pediatra e ele não tinha ganhado peso (o que é super normal nas primeiras semanas), contei do NAN, que ela suspendeu na hora... foi impressionante.... as cólicas que eram diárias diminuíram e ele passou a ficar mais encorpado... alívio, enfim estava amamentando, como sonhei...
Aí fui pesquisar e descobri outros equívocos do hospital, davam leite industrializado em mamadeira, e não em colherinha ou com uma seringa... mas enfim, foi bom pesquisar e ter contato com uma médica militante das "amigas do peito"... Descobri a amamentação por livre demanda, sem forçar o bebê a ter horários de alimentação pré-estabelecidos. A idéia é respeitar o biorrítimo do neném. Aderi e minha vida e de meu filho melhoraram muito. Estou feliz com esta descoberta, fiquei mais relaxada e hoje Davi mama na cadeira de alimentação, na cadeira do computador, no sofá, na cama de solteiro do quarto dele (aliás, de madrugada é nosso cantinho especial), em minha cama, na rua, no sling....
É muito legal também passar a identificar o choro que é de fome, e descartar outras razões, aprendizado que só é concretizado mesmo com a experiência... Mas quando tudo parece perfeito, a gente tem que enfrentar outras coisas para amamentar. Principalmente a ideia equivocada de muita gente que só leite materno é muito pouco para a criança. E dá-le sugestão de dar água para não desidratar, chá para não ter cólica, mingau de maizena para engordar... A frase, "será que seu leite não está fraco, por isso ele não engorda?" é a que mais me irrita. Afinal, cada criança tem um biotipo e engorda dentro do seu ritmo...O que importa é que nós sabemos que o desenvolvimento dele está ótimo, que ele é muito comprido e não tão gordinho e que é um charme de criança, assim como as gordinhas rechonchudas, as pequeninas.
É só passar uma hora na sala de espera do consultório dos pediatras para descobrir várias belezas distintas de bebês.... Um nenem de nove meses menor que um de seis, mas super esperto e expressivo, uma menina de dois meses que parece que tem seis e só mama leite materno. Um menino de seis meses que é super sapeca, outro que é super zen... Uma delícia descobrir o mais óbvio de tudo.... “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é....” e eu completaria da música, “cada um sabe a delícia e peculiaridade de sua cria” e escolhe a melhor forma de alimentá-lo, seja com leite materno ou industrializado, o amor e o respeito garantirão uma criança feliz, equilibrada e que com certeza contribuirá para melhorar este Mundo!